Por Elizabete Castro, em O Estado do Paraná:
O governador Orlando Pessuti (PMDB) viaja hoje a Brasília, onde esta noite terá um encontro com o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer. Amanhã, Pessuti será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na pauta, estão assuntos administrativos, mas principalmente a sucessão estadual do Paraná.
Pessuti não vai sozinho para essas conversas. Estará acompanhado do presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi. Um dos primeiros a se posicionar a favor da candidatura própria do PMDB ao governo do Estado, Pugliesi disse ontem que “cautela” e “confiança” são os sentimentos que o guiarão nessas conversas.
Pugliesi afirmou que os encontros serão importantes para saber como a direção nacional do PMDB e o presidente da República avaliam o quadro político-eleitoral do Paraná. “É bom saber como eles estão vendo o quadro do Paraná. Na política, assim como em tudo, é preciso mão dupla”, afirmou.
Embora não admita, Pessuti sabe que é grande a chance de o presidente Lula pressionar para que PMDB e PDT se entendam e se juntem ao PT para fazer uma aliança de apoio à pré-candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à presidência da República.
Para isso, Pessuti teria que aceitar o apoio do partido à pré-candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo. Uma hipótese que o governador, pelo menos publicamente, não admite.
“Espero ouvir do presidente Lula e do PT o seu apoio a nossa pré-candidatura e candidatura ao governo do Estado, pois o PT sempre foi nosso aliado no Paraná e o PMDB apóia o governo Federal do PT. Se nós damos este apoio também esperamos o mesmo”, disse em seu site.
Questionado se ainda há possibilidade de desistência de sua pré-candidatura, Pessuti negou mais uma vez. “Não vou abrir mão da candidatura e o ideal seria que tivéssemos muitos candidatos. Eu sempre disse que minha cota de desistências já foi cumprida quando abri mão da vaga de conselheiro do Tribunal de Contas (TC)”, declarou em seu site.
O presidente estadual do PDT, deputado Augustinho Zucchi, assegura que é quase inexistente o interesse do partido pela conversa entre Pessuti e Lula. “Para nós, não há o que analisar. O encontro é do presidente da República com o pré-candidato do PMDB ao governo. Não temos expectativa nem deveríamos ter”, reagiu.
A alternativa predileta da ala parlamentar do PMDB é que Lula atue para que o PT apóie a pré-candidatura de Pessuti ao governo em troca de um palanque para a ex-ministra.
Mas no pacote está a exigência de coligação na disputa proporcional. No PT, entretanto, esta condição não está entre as aceitáveis. Há ainda o grupo que insiste num acordo com o PSDB para a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa.
O deputado Luiz Claudio Romanelli é adepto desta corrente. Ele acha que é legalmente possível o PMDB ter candidato ao governo e, ao mesmo tempo, estar coligado na eleição proporcional com outro partido que já tem uma candidatura ao governo.
“Nós estamos buscando uma configuração que permita a reeleição dos nossos dezessete deputados”, disse Romanelli. Ele vê na aliança proporcional com o PSDB o caminho mais seguro para garantir a eleição de uma bancada numerosa para o PMDB.
terça-feira, 1 de junho de 2010
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