Em 20 meses de trabalho na Bacia do Apertados, em Arapongas, foram recolhidas 52 mil embalagens vazias de agrotóxicos e 4.500 quilos de agrotóxicos vencidos e abandonados em propriedades rurais, próximo de nascentes e leitos de rios. Com isso, foram eliminados muitos dos pontos de contaminação ambiental. No mesmo período, mais de 60 mil mudas de árvores nativas foram plantadas para recompor as matas ciliares.
Estes resultados obtidos na restauração e na proteção das áreas de preservação permanente (APP) de Arapongas credenciam o Grupo Gestor do Ribeirão dos Apertados como modelo de trabalho. Implantado em 2008, o grupo apresentou publicamente, em reunião realizada no Fórum da cidade, o balanço das ações desenvolvidas até agora.
A diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, que participou da reunião, disse estar satisfeita com a evolução dos trabalhos, mas que ainda é preciso avançar. “O meio ambiente ganhou muito, especialmente com o recolhimento de embalagens de agrotóxicos e com a eliminação de pontos de contaminação. Muitas ações estão em andamento e é preciso adotar medidas mais severas contra os que insistem em não colaborar. Todos têm que entender que estamos tratando de manancial de abastecimento público”.
Maria Arlete explica que o Grupo Gestor do Ribeirão Apertados, projeto-piloto na Sanepar, tornou-se modelo dentro do Programa de Gestão Ambiental Integrada em Microbacias (PGaim), lançado em julho do ano passado pelo governo do Paraná e que visa a melhoria da quantidade e qualidade de água em 3.600 microbacias do Estado.
O procurador de justiça do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente, Saint-Clair Honorato Santos, elogiou os resultados do Grupo Gestor dos Apertados e adiantou que o Ministério Público quer incluir toda a sociedade no processo. “Trabalhamos com um modelo de economia circular, onde a cidade se autossustenta”.
CAMPO – Na área rural, o trabalho foi intensificado com a visita aos 138 proprietários que não entregaram ficha de inspeção no prazo. Das 250 propriedades da bacia visitadas anteriormente, 75 foram multadas por irregularidades graves. Nas visitas são observadas a conservação do solo, a adequação de carreadores e a recomposição das matas ciliares. Também está sendo ampliado o número de abastecedores comunitários e realizada a regularização das outorgas das propriedades que fazem uso da água.
Sant-Clair afirma que deve existir maior comprometimento dos produtores rurais. “A inexistência da mata ciliar influi diretamente no clima, causando diversas intempéries. É preciso respeitar o Código Florestal. Eles não podem praticar uma agricultura predatória”, comentou.
CIDADE - Para a preservação das APPs urbanas estão sendo desapropriadas residências e realizados mutirões para o recolhimento de lixo em fundos de vale. Das 169 empresas convocadas pelo Ministério Público em dezembro de 2009 para apresentar Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Líquidos, inclusive da água de chuva, 94 entregaram no prazo. As demais já foram notificadas e tem até julho para regularizar a situação.
A Sanepar continua monitorando a qualidade da água na bacia e vistoriando imóveis para checar as ligações de esgoto. A empresa está priorizando a ampliação do serviço de coleta e tratamento de esgoto na bacia. “Estão em andamento a implantação de 32 km de rede coletora e 2 km de interceptores que viabilizarão a interligação de cerca de 1.700 famílias residentes na urbana da bacia do Apertados”, relata o gerente regional da Sanepar, Antonio Carlos Ajarilla.
INTEGRAÇÃO – O Grupo Gestor do Ribeirão Apertados é formado pela Sanepar, IAP, Emater, Instituto das Águas, Força Verde, Ibama, Ministério Público, Copel, Defesa Civil, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Vigilância Sanitária, Associação Comercial e Industrial de Arapongas, Polícia Civil, Faep, Sindicato Rural e a organização não-governamental Olho D’ Água.
A próxima reunião do grupo está agendada para 30 de julho para definir o projeto de implantação da coleta seletiva de lixo em Arapongas.
terça-feira, 22 de junho de 2010
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Que boa notícia. O meio ambiente e os nossos descendentes agradecem. A onda hoje em dia é preservar.
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