As articulações políticas, para a formação das chapas partidárias que vão disputar as eleições de 3 de outubro, colocaram o deputado Waldyr Pugliesi, presidente estadual e líder do PMDB na Assembleia Legislativa, na mídia estadual. O foco é as articulações para definir a política de alianças do PMDB, partido cortejado para compor a chapa majoritária tanto pelo PDT do senador Osmar Dias como pelo PSDB, do ex-prefeito de Curitiba Beto Richa.
No Paraná, o PMDB definiu no início ano passado por candidatura própria, tendo como cabeça de chapa o governador Orlando Pessuti. O blog separou as matérias dos principais jornais do Paraná, em que aparecem citações e declarações do deputado Waldyr Pugliesi. As articulações encabeçadas por Pugliesi, também incluem a definições para candidatura do ex-governador Roberto Requião ao Senado.
Leia a seguir a íntegra das reportagens:
Sucessão estadual
Decisão de Osmar depende de Pessuti
Senador só concorrerá ao Palácio Iguaçu se o governador desistir da reeleição para apoiá-lo. Caso contrário, pedetista disputa uma vaga no Senado na chapa de Beto Richa
Por Guilherme Voitch e Euclides Lucas Garcia, na Gazeta do Povo:
O senador Osmar Dias (PDT) ainda espera um acordo com o governador Orlando Pessuti (PMDB) para viabilizar sua candidatura ao Palácio Iguaçu. Na noite de terça-feira os dois se reuniram para uma demorada conversa. Ontem, eles voltaram a se falar por telefone, por mais de meia hora. Em pauta, uma possível desistência de Pessuti de concorrer ao governo para que o PMDB venha a apoiar Osmar.
O anúncio da decisão do pedetista – se concorre ao governo com o apoio do PMDB e do PT ou se disputa a reeleição ao Senado na mesma chapa em que o tucano Beto Richa disputará o cargo de governador – é esperado para os próximos dias, talvez hoje mesmo.
Oficialmente, tanto Osmar quanto Pessuti negam um acordo. “Temos conversado muito, todo o tempo. Estivemos juntos pessoalmente na terça. Conversamos hoje [ontem] por telefone , mas minha candidatura está de pé”, disse Pessuti.
“O Pessuti continua candidato e eu não vou ser homem de dividir palanque”, afirmou Osmar, negando, dessa maneira, que ele e o peemedebista pudessem apoiar a pré-candidata petista à presidência, Dilma Rousseff, e depois negociarem apoio num eventual 2.° turno na disputa pelo governo.
No entanto, a aproximação das legendas é cada vez maior. Ontem, o presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, um dos principais entusiastas da candidatura Pessuti, afirmou que as conversações foram “produtivas e avançaram no sentido de entendimento entre PT, PDT e PMDB”.
Segundo ele, todas as hipóteses foram discutidas no encontro, incluindo a possibilidade de desistência de Pessuti. “Em uma conversa, todas as hipóteses são colocadas. Temos o Pessuti como candidato. Mas, conversando, é claro que podemos chegar a outras posições”, declarou. “As coisas não estão fechadas para nenhum dos lados. Tudo vai ficar para a 25.ª hora.”
A afirmação foi uma crítica direta às manifestações do PSDB de que já teria fechado acordo com Osmar na chapa encabeçada por Beto Richa. “Se já existisse acordo, o Osmar não teria conversado com o Pessuti como conversou ontem [terça-feira]”, disse Pugliesi.
Na segunda-feira, o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, declarou que “Osmar e Beto subiriam no mesmo palanque até quarta-feira [ontem].”
A afirmação gerou críticas por parte do próprio Osmar que, de manhã, chegou a declarar que “não precisava de ventríloquo”. Mais tarde, o senador minimizou as declarações, dizendo que poderia ter “exagerado, mas que o deputado Rossoni não poderia falar em nome dele”.
Um dos sinais de intensificação nas conversas dos partidos da base aliada do governo federal no Paraná pôde ser visto ontem num evento em Adrianópolis, na região do Vale do Ribeira. Pessuti estava acompanhado do deputado Ênio Verri, presidente estadual do PT.
A aliança com Osmar seria de interesse do PT nacional e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que, com Osmar candidato, Dilma Rousseff, pré-candidata petista à presidência, garantiria um palanque de força em um estado considerado chave para o pleito nacional.
A pressão vinda de Brasília teria chegado até Pessuti. Segundo uma liderança peemedebista, Pessuti já teria até desistido da candidatura. “Ele pediu para indicar o vice, mas já admitiu abrir mão e aí o PT vem junto”, disse a fonte.
Apesar de toda a movimentação de bastidores, Osmar evitou dar qualquer antecipação sobre seu futuro político. “Vou ouvir os colegas do PDT”, disse ele, que não descartou um possível acordo com os tucanos – apesar das críticas que fez a Rossoni.
Se não obtiver o apoio necessário para a candidatura ao governo, Osmar disputaria a reeleição ao Senado em uma eleição teoricamente mais tranquila, ao lado de aliados tradicionais como o presidente do DEM no Paraná, deputado Abelardo Lupion, e do próprio pré-candidato à presidente pelo PSDB, José Serra, que classifica Osmar como um “amigo pessoal”.
Rossoni é repreendido por Osmar após declaração
Por Roger Pereira, em O Estado do Paraná:
“Silêncio absoluto”. Essa foi a única frase proferida pelo presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, ontem, sobre as discussões acerca da tentativa de atrair o senador Osmar Dias (PDT) para a chapa de Beto Richa, pré-candidato tucano ao governo do Estado.
Após anunciar, ontem, que estava tudo acertado com o PDT e que Osmar e Beto anunciariam a parceria nesta quarta-feira, Rossoni foi desmentido pelo próprio Osmar, que o chamou de imprudente e irresponsável. O deputado tucano garantia que havia recebido a informação de um dirigente do PDT estadual.
“Ele (Rossoni) foi um imprudente, um irresponsável. Não preciso de ventríloquo para falar por mim. Quando tiver a definição, eu mesmo vou anunciar minha decisão”, declarou Osmar Dias, para depois afirmar que pode anunciar sua decisão ainda hoje.
Ontem à noite Osmar teria nova reunião com o governador Orlando Pessuti, para tratar de uma possível aliança entre PT e PMDB. Os dois já haviam se encontrado na terça-feira. Mesmo antes de definir, Osmar já reservou data para a convenção estadual do PDT.
O salão de eventos do Paraná Clube (com capacidade para quatro mil pessoas) está reservado para o partido para o próximo dia 26, último sábado do período de convenções
Na Assembleia Legislativa, tanto tucanos quanto peemedebistas avaliam que Rossoni possa ter sido influenciado por declarações do presidente em exercício do PDT, deputado Augustinho Zucchi, principal articulador do acordo com os tucanos, que o querem como vice de Beto Richa.
Zucchi chegou a ser criticado por peemedebistas devido à forma como conduziu as negociações sobre alianças. O presidente do PMDB, Waldyr Pugliesi, disse que, pouco antes do encontro entre Osmar e Pessuti, recebeu uma ligação de Zucchi dizendo para o partido nem procurar Osmar, pois o PDT já estaria acertado com o PSDB.
A resposta contundente de Osmar a Rossoni e as conversas do pedetista animaram o presidente estadual do PT, Ênio Verri, que passou a tarde acompanhando Pessuti em uma série de inaugurações.
“Não há ainda nada definido, mas o diálogo está avançando. E o PT não vai assistir passivamente a essa definição. Nosso diretório nacional está atento à questão do Paraná e vamos fazer de tudo para que essa aliança se concretize”, disse o deputado, revelando que o PT pode sim ceder a algumas das exigências de Pessuti para abrir mão da candidatura. “Mas, desse tempo que passei com ele, em nenhum momento ele disse que retiraria a candidatura”, alertou. A esperança era que Pessuti e Osmar conseguissem mais avanços na reunião de ontem à noite.
Mas um novo obstáculo para a candidatura de Osmar em chapa com o PT e o PMDB seria a possibilidade de seu irmão, senador Alvaro Dias (PSDB) ser indicado como candidato a vice-presidente de José Serra (PSDB).
Com o irmão do outro lado, seria constrangedor para Osmar ser o palanque de Dilma Rousseff (PT) no Paraná. O nome do vice de Serra está longe de uma definição e Alvaro é apenas um dos tucanos cogitados caso o PSDB não aceite um vice do DEM.
Osmar e Pessuti discutem formação de aliança
Por Elizabete Castro, em O Estado do Paraná:
Acendeu o sinal vermelho no QG tucano, que considerava encaminhado o acordo para que o senador Osmar Dias (PDT) concorresse ao Senado na chapa em que o ex-prefeito Beto Richa (PSDB) é candidato ao governo.
As tratativas, sem intermediários, entre o governador Orlando Pessuti (PMDB) e o senador Osmar Dias (PDT), que começaram na noite de anteontem e prosseguiram ontem, em dois encontros apenas entre os pré-candidatos, deixaram os tucanos em suspense.
Pessuti ainda não arredou pé da candidatura à reeleição, mas o simples fato de ter aberto o diálogo com o senador pedetista deixou esperançosa a ala do PMDB que defende a aliança entre os dois partidos, incluindo o PT.
Na conversa com Osmar, foram colocadas todas as hipóteses, afirmou o presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi, que se reuniu com o governador ontem pela manhã, junto com o líder da bancada do governo na Assembleia Legislativa, Caito Quintana.
Os peemedebistas não revelam os termos da negociação, mas uma das projeções para um acordo prevê a desistência do governador que, em troca, exigiria a prerrogativa de indicar o candidato a vice-governador. “Os atores são inúmeros e as coisas não estão fechadas, mas quando se conversa, pelo menos no campo das ideias, tudo é possível”, desconversou Pugliesi.
Os mais alvoroçados com as negociações são os deputados estaduais peemedebistas, que viram na aliança com o PDT a solução para garantir a reeleição à Assembleia Legislativa.
Em reunião ontem pela manhã, a maior parte da bancada chegou à conclusão que Pessuti deve retirar a candidatura em favor de uma grande aliança com o PT e PDT, acreditando que o PMDB poderá formar uma chapa com os dois partidos na eleição proporcional.
No seu escritório político, no Centro Cívico, o ex-governador Roberto Requião acompanhava, de longe, as articulações. “De jeito algum, Osmar Dias vai tocar a vuvuzela do Rossoni. Aleluia”, ironizava ontem o ex-governador em seu twitter.
Ele é favorável à aliança com o PDT, que remove o senador Osmar Dias do seu caminho para uma das vagas ao Senado, mas tem pouco a fazer para ajudar no acordo.
Mais tarde, questionado por um seguidor se iria conversar com Osmar e se haveria realmente acordo, respondeu: “Aguardemos, vamos ver em que vuvuzela ele assopra”.
Apesar de ter o controle da maioria dos 462 delegados à convenção estadual, pouco vai adiantar para Requião levar o caso à convenção do PMDB. Até o dia 27, data da convenção, ou Osmar já terá se entendido com Pessuti ou estará aliado ao PSDB.
Evolução
Peemedebistas confirmam avanço em negociação
O governador Orlando Pessuti pode desistir de disputar o governo em favor de uma aliança com o PDT do senador Osmar Dias, que incluiria ainda o PT
Por Ivan Santos, no Bem Paraná:
Deputados do PMDB admitiram ontem que o governador Orlando Pessuti pode desistir de disputar o governo em favor de uma aliança com o PDT do senador Osmar Dias, que incluiria ainda o PT. Em troca, Pessuti indicaria o candidato a vice na chapa de Osmar para o governo. O PMDB teria ainda uma das vagas de candidato ao Senado para o ex-governador Roberto Requião, e o PT completaria a chapa com Gleisi Hoffmann na segunda vaga.
Os parlamentares do partido se reuniram ontem, novamente com Pessuti, para tratar da negociação e ouvir do governador o resultado do encontro com Osmar na véspera. Mesmo ressalvando que nada estaria fechado ainda, os deputados confirmaram que nos últimos dias, a conversa avançou na direção de um acordo.
“A conversa evoluiu para um acordo entre PMDB, PDT e PT”, disse o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Caito Quintana (PMDB). Segundo ele, as negociações também estão tendo a participação direta de dirigentes do PT e articuladores do governo Lula, que têm interesse direto em garantir uma coligação da base aliada para viabilizar um palanque forte para a presidenciável petista, Dilma Roussef, no Estado. Caso Osmar aceite a proposta dos tucanos de desistir de disputar o governo para concorrer ao Senado em uma chapa encabeçada por Beto Richa, o PT corre o risco de ficar sem um palanque competitivo para Dilma no Paraná.
Até agora, as negociações estavam emperradas diante da resistência de Pessuti em abrir mão da candidatura ao governo em favor de Osmar. A pressão dos próprios peemedebistas, em especial dos deputados estaduais, além do governo federal, teria feito o governador reavaliar sua posição nos últimos dias.
Os defensores da aliança alegam que a candidatura de Pessuti – estacionada em cerca de 10% a 11% nas pesquisas de intenção de voto - não teria competitividade, e que somente Osmar, com mais de 30% da preferência do eleitorado, teria condições de fazer frente a Beto Richa (PSDB), que lidera as pesquisas até aqui, seguido de perto pelo pedetista. A avaliação é que isolado com um candidato ao governo sem chances na disputa, o PMDB não conseguiria reeleger mais do que dez a doze dos 17 deputados estaduais.
Mesmo ressalvando que a decisão é de Pessuti, os parlamentares peemedebistas já sinalizam que hoje, o acordo com o PDT estaria mais próximo. “As coisas ainda estão indefinidas. Não estão fechadas nem com o PMDB, nem com o PSDB”, disse o presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi. “Quando alguém vai conversar todas as hipóteses são colocadas. Existe hoje a possibilidade do Pessuti não ser candidato”, reconheceu, ressalvando que as negociações incluiriam também a possibilidade de manutenção de Pessuti como candidato ao governo, e Osmar para o Senado na chapa com o PMDB.
Pugliesi ironizou ainda o anúncio, feito pelo presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, no início da semana, de que Osmar teria fechado com os tucanos para ser candidato ao Senado. “Todo dia anunciam a capitulação do Osmar. Que o cara se entregou. Mas não tem acordo nenhum”, disse.
Pessuti pode tirar Osmar do palanque de Beto
Por Roseli Abrão, no Hora H News:
Uma segunda conversa na noite desta quarta-feira entre o governador Orlando Pessuti e o senador Osmar Dias pode selar uma aliança entre PMDB, PDT e PT às eleições de 3 de outubro, repetindo no Paraná a aliança nacional em torno da presidenciável Dilma Roussef.
Pessuti e Osmar iniciaram as conversas na noite de terça-feira e segundo deputados peemedebistas, inclusive o presidente do PMDB, Waldyr Pugliesi, “houve avanços”. Para o líder do governo na Assembléia Legislativa, Caito Quintana, a conversa desta quarta-feira “pode ser decisiva”.
O PT, que tinha dado como encerradas as negociações com o senador Osmar Dias, aceitaria o acordo. O presidente regional do partido, deputado Enio Verri, se reuniu de manhã com a bancada do PMDB e à tarde acompanhou o governador Orlando Pessuti na visita que fez ao município de Adrianópolis.
Segundo relato dos peemedebistas, na conversa de terça-feira todas as variáveis foram colocadas à mesa de negociações, inclusive a possibilidade de Pessuti desistir de disputar a reeleição, indicando o vice de Osmar.
Caso saia este acordo quem se frustra são os tucanos paranaenses que esperavam anunciar na convenção do PSDB, que será realizada neste sábado, a adesão do senador Osmar Dias à candidatura de Beto Richa, com direito a concorrer à reeleição ao Senado.
Prá atrapalhar as negociações
O presidente do PMDB paranaense, deputado Waldyr Pugliesi, relatou que pouco antes da reunião entre Pessuti e Osmar recebeu um telefonema do deputado Augustinho Zucchi, relatando que “as coisas estariam finalizadas” e que Osmar “seria candidato ao Senado na chapa de Beto Richa”.
Para Pugliesi, não resta dúvida que foi “uma tentativa de atrapalhar” as negociações com o PMDB.
-- Anunciaram a capitulação do Osmar na tentativa de nos fazer arriar as armas, lamentou.
Zucchi, que é presidente do PDT paranaense, seria o candidato a vice de Beto Richa no caso de uma aliança com o PSDB.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
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