Parte da trajetória do deputado Waldyr Pugliesi, presidente estadual e líder do PMDB na Assembleia Legislativa, no MDB (Movimento Democrático Brasileiro), ganhou destaque na edição do dia 22 de abril de 2008, do jornal Impacto Paraná. O artigo, com a chamada “Waldir Pugliesi não é escudeiro de ninguém”, é assinado pelo experiente jornalista Sylvio Sebastiani, secretário da Comissão Provisória que deu origem ao partido no Paraná, no início de 1966.
Pugliesi está em seu décimo mandato eleito através de voto popular e é filho de Carlos Pugliesi e Corina Biagi Pugliesi. O deputado, formado Cirurgião Dentista, nasceu em 27 de janeiro de 1936 na cidade de Monte Alto, estado de São Paulo e é casado com a ex-deputada Irondi Pugliesi, tendo as filhas: Márcia, Cibele e Maitê. Sua trajetória política começou em 1963, quando se elegeu pela primeira vez vereador por Arapongas. Atualmente exerce o terceiro mandato na Assembléia Legislativa do Paraná e pela terceira vez a presidência PMDB do Paraná.
“Recordo que certo dia, estando na sede do recém fundado, Movimento Democrático Brasileiro, lá apareceu um jovem dizendo ser vereador em Arapongas, pretendendo ingressar no MDB e colaborar na organização do partido em sua cidade e na região”, relatou Sebastiani.
Segundo ele, o ato provocou surpresa no partido. “Naquele ano, início de 1966, poucos entravam no nosso partido. Alguns passavam até por longe, eu pessoalmente nunca tinha recebido um pretenso filiado espontâneo. Poucos, muito poucos, chegavam a sede do MDB. O medo era o grande fator, na época da ditadura militar, de ingressar num partido claramente de oposição”, completou.
De acordo com o jornalista, o jovem Pugliesi foi o primeiro filiado que recebeu na condição de secretário da Comissão Provisória do novo partido. “Entreguei a ele as credenciais e a documentação necessária para o registro em sua cidade. O mais importante: Ingressou no MDB para ficar até a sua extinção e quando da criação do PMDB em 1981, também agiu da mesma forma”, revela.
Sebastiani destaca os cargos ocupados por Pugliesi – vereador e prefeito de Arapongas, deputado estadual e federal –, “com a participação efetiva também de sua esposa e companheira, deputada Irondi Pugliesi, tornaram-se um exemplo de dignidade na política. Um casal perfeito, jamais igualado ou superado”, disse.
ELEIÇÃO ‘ARRANJADA' – Um dos destaques no artigo do jornal é a eleição de 1974 quando a Arena, braço político da ditadura militar mais tarde transformado em PDS, PFL e atualmente Democratas, usou de meios escusos para garantir a maioria de parlamentares na Assembléia para indicar o prefeito de Curitiba. “Na condição de Delegado do MDB junto ao TRE, ingressei com requerimento solicitando certidão de todos os boletins de apuração. Pretendia uma fiscalização mais rigorosa, por desconfiar dos métodos adotados na oportunidade, das apurações dos votos”, relatou Sebastiani.
O jornalista conta que uma manobra do então presidente do MDB, José Muggiati Filho, revogou sua indicação de delegado junto ao TRE, possibilitando a “manobra” na apuração dos votos. “A partir do resultado final das apurações, verificou que minha dúvida era válida. Como o voto era vinculado para deputado federal e estadual, a diferença entre um e outro foi enorme”, informa.
Segundo Sebastiani, a Arena obteve 823.229 votos para deputado federal e 908.636 votos para deputado estadual. O MDB obteve 862.036 votos para deputado federal e 792.595 para estadual. “Para deputado estadual, a Arena obteve 116.043 votos a mais que o MDB e para, deputado federal, a Arena obteve 38.807 votos a menos que o MDB. A Arena elegeu 29 deputados estaduais e o MDB 25 deputados. Se o MDB fizesse a maioria, teria a Presidência da Assembléia Legislativa e indicação do prefeito de Curitiba. Esse era o medo dos ditadores”, completou.
O Impacto Paraná é o segundo veículo de comunicação, com circulação em todo o Estado, a destacar a trajetória política de Waldyr Pugliesi. No mês de março a Revista Idéias estampou matéria intitulada “Um Guerreira da Esquerda no Paraná”, enfocando a militância do deputado na esquerda revolucionária nos anos de chumbo da ditadura militar e na condução dos destinos da bancada peemedebista na Assembléia Legislativa.
VEJA A ÍNTEGRA DO ARTIGO DE SEBASTIANI
Deputado Waldir Pugliesi não é escudeiro de ninguém
Sylvio Sebastiani
ESCUDEIRO – Indivíduo armado de lança e escudo, que fazia guarda aos imperadores. Rapaz que servia a um cavaleiro, levando-lhe o escudo nas viagens. Criado grave, que se conserva de ordinário na ante-sala e acompanha o homem ou a senhora a que serve.
O jornal Gazeta do Povo de certo dia do ano passado, publicou uma entrevista do deputado Waldir Pugliesi, na qual ele afirmou que não revelava sua idade “de jeito nenhum” e afirmando ser ele um guerreiro, o que de fato é. Agora “NUNCA SERÁ UM ESCUDEIRO DE NINGUÉM”, nem mesmo do governador Roberto Requião. É sim amigo e companheiro, e pertenceu ao MDB velho de guerra, isso eu afirmo e conto a história.
Waldir Pugliesi é filho de Carlos Pugliesi e Corina Biagi Pugliesi. Nasceu em 27 de janeiro de 1936 na cidade de Monte Alto, estado de São Paulo. Casado com a ex-deputada Irondi Pugliesi, tendo as filhas: Márcia, Cibele e Maitê. Ele é Cirurgião dentista e comerciante.
Foi vereador de Arapongas, em nosso estado, 1963/1968 e 1968/1972 e prefeito em 1973, pela primeira vez.
Recordo que certo dia, estando na sede do recém fundado, Movimento Democrático Brasileiro – MDB, à Rua Pedro Ivo, 689 – 1º andar, lá apareceu um jovem dizendo ser Vereador em Arapongas, pretendendo ingressar no MDB e colaborar na organização do partido em sua cidade e na região. Foi uma surpresa total. Naquele ano, início de 1966, poucos entravam no nosso partido. Alguns passavam até por longe, eu pessoalmente até nunca tinha recebido um pretenso filiado espontâneo. Poucos, muito poucos, chegavam a sede do MDB. O medo era o grande fator, na época da ditadura militar, de ingressar num partido claramente de oposição.
Mas o jovem vereador de Arapongas, Waldir Pugliesi, foi o primeiro que recebi na qualidade de Secretário da Comissão Provisória do MDB do Paraná.
Entreguei a ele as credenciais e a documentação necessária para o registro em sua cidade.
O mais importante: Ingressou no MDB para ficar até a sua extinção e quando da criação do PMDB em 1981, também agiu da mesma forma.
Foi vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal, presidente do partido, com a participação efetiva também de sua esposa e companheira, deputada Irondi Pugliesi, galgando por voto popular alguns mandatos, tornaram-se um exemplo de dignidade na política. Um casal perfeito, jamais igualado ou superado no Paraná.
Tivemos um período distante, mas logo superado.
As razões: em 1970 elegeu-se deputado estadual pelo MDB o advogado José Muggiati Filho, apoiado pelo presidente do Diretório Municipal de Arapongas, o vereador Waldir Pugliesi. Tendo sido reeleito em 1974 José Muggiati Filho, quando presidente do MDB de 1972 a 1975, portanto, dirigente nas eleições de 1974.
Naquela eleição, tendo conhecido o advogado Francisco Leite Chaves, através do meu grande amigo e companheiro do PTB e MDB, deputado Fernando Gama, conseguimos convencer o advogado a uma candidatura ao Senado Federal.
Na convenção regional do MDB daquele ano, foram apresentados todos os candidatos a cargos eletivos, assim Leite Chaves para o Senado, Euclides Scalco na condição de suplente, 16 para deputados federais e 65 para deputados estaduais.
Fui designado pelo então Presidente do PMDB, José Muggiati Filho, para ser Delegado do Diretório junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e responsável pela coordenação geral da campanha do candidato Leite Chaves.
Foi uma eleição vitoriosa, elegemos o Senador Leite Chaves, 15 dos 16 candidatos a deputados federais e 25 dos 65 candidatos à deputados estaduais.
Na condição de Delegado do MDB junto ao TRE, ingressei com o Requerimento ao Tribunal Eleitoral, solicitando certidão de todos os boletins de apuração, com exceção das quatro zonas eleitorais de Curitiba, que já se encontravam em nosso poder. Protocolo sob nº 12945 em 22 de novembro de 1974.
Pretendia assim uma fiscalização mais rigorosa, por desconfiar dos métodos adotados na oportunidade, das apurações dos votos.
O presidente do partido, no mesmo dia, mandou ofício afirmando que “Qualquer medida, reclamação ou recurso a ser dirigido ao Egrégio Tribunal Eleitoral, deverá ser precedida de prévio entendimento e acompanhamento de instruções expressas dessa presidência.”
O requerimento já tinha sido protocolado anteriormente. Precisamente no dia 27 de novembro, o presidente do partido, José Muggiati Filho, mandou entregar-me um ofício, com “cópia ao TRE”, revogando a minha designação para delegado do partido, junto ao Tribunal Regional Eleitoral.
Ficando tudo sem efeito, as minhas pretensões de fiscalização.
A partir do resultado final das apurações, verificou que minha dúvida era válida, pois, “COMO O VOTO ERA VINCULADO PARA DEPUTADO FEDERAL E DEPUTADO ESTADUAL”, exigência no período eleitoral, a diferença entre um e outro foi enorme: A Arena obteve 823.229 votos para deputado federal e 908.636 votos para deputado estadual; o MDB obteve 862.036 votos para deputado federal e 792.595 para deputado estadual. Resultado Oficial.
Para deputado estadual, a Arena obteve 116.043 votos a mais que o MDB e para, deputado federal, a Arena obteve 38.807 votos a menos que o MDB.
A Arena elegeu 29 deputados estaduais e o MDB 25 deputados. Se o MDB fizesse a maioria, teria a Presidência da Assembléia Legislativa e indicação do prefeito de Curitiba. Esse era o medo dos ditadores.
Esse relato é importante neste momento, mas a finalidade é demonstrar aqui a posição do deputado Waldir Pugliesi, que naquela oportunidade, ele ficou distante de mim. Posteriormente, tenho absoluta certeza, que ele, no seu modo de ver a política, e o fato ocorrido naquela oportunidade, passou a ficar de meu lado, deixando o então deputado José Muggiati Filho, em seu canto.
A prova está na eleição seguinte, de 1978, quando José Muggiati Filho não foi reeleito obtendo somente 5.166 votos, ficando na 39ª suplência. Retornando ao Deputado Waldir Pugliesi, alguns dizem que ele é raivoso. Não é. Ele é sim correto, íntegro, destemido e principalmente bom companheiro. Com provas de seu passado pela vida pública.
Waldir Pugliesi não serve de escudeiro para ninguém.
Para finalizar o fato ocorrido durante a eleição de 1974, foi no período da ditadura militar que muitos temiam, se acovardavam, outros tiravam vantagens pessoais e poucos enfrentavam, poucos mesmo. Até sob ameaças.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
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