Por Elizabete Castro, em O Estado do Paraná:
Os deputados do PMDB também começaram a discutir como é que vão se comportar em relação ao governo de Beto Richa (PSDB) a partir do próximo ano. Em reunião da bancada ontem pela manhã, o assunto entrou na pauta junto com o debate sobre a participação do partido na eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa no próximo ano.
Embora ainda inicial, a conversa revelou que, entre os peemedebistas há mais simpatizantes do futuro governo tucano do que aqueles que se posicionaram a favor de Beto Richa durante a campanha eleitoral.
A posição dos deputados Stephanes Junior e Alexandre Curi já era conhecida. Os dois apoiaram Beto na campanha contra o senador Osmar Dias (PDT). Mas outros deputados, a portas fechadas, sinalizaram que não têm disposição de participar de um bloco de oposição ao tucano.
“O PMDB é um partido plural”, justificou o presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi. Para o dirigente do PMDB, o sistema político e partidário brasileiro precisa de uma reforma para evitar que os filiados se desviem dos programas e orientações partidárias. “É preciso fazer uma reforma política em profundidade. Nesta campanha foi um tal de gente do PDT e do PMDB trabalharem para o PSDB e vice-versa. A política brasileira é uma casa de tolerância”, criticou.
Pugliesi e o deputado Nereu Moura defendem que o PMDB se mantenha na oposição a Beto Richa. “O povo coloca a pessoa de um lado e ela querer mudar para outro é desrespeitar a vontade de quem elege”, afirmou Moura. Ele observou que a postura clássica da maioria da Assembleia Legislativa é de apoio automático ao governo, independente de quem esteja nele.
“Aqui até o Requião com aquele comportamento gentil com os deputados tinha maioria folgada aqui”, brincou. Moura afirmou que, por enquanto, posições individuais são livres. “O que nós queremos é ter uma decisão coletiva. Não é para ficar sem programa, sem conteúdo, cada um tentando sobreviver do jeito que dá. Nós temos que observar princípios e coerência”, afirmou.
Com seus treze deputados, o PMDB será o maior partido em plenário e terá que ocupar espaço na próxima Mesa Diretora. Extra-oficialmente, apenas o deputado Luiz Claudio Romanelli tem se mostrado interessado em começar uma articulação para disputar um cargo. “Estamos apenas arranhando epidermicamente o problema. Quem quiser que se apresente”, afirmou Pugliesi.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário